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inumatopeia #3

Inumatopeia é um ciclo de conversas com as pesquisadoras e pesquisadores do Inuma. Na terceira edição, vamos conversar com a filósofa Juliana Fausto, da Universidade Federal do Paraná (UFPR/PNPD/CAPES), com a comunicação “Bezerros cósmicos em uma aventura mamífera: devir-animal, devir-com, fazer parentes…”.

Dia 13/08, a partir das 15h, no canal do Inuma no YouTube.

Inscrição com certificação da UFS: https://www.sigaa.ufs.br/sigaa/public/home.jsf. (em “Extensão”, no menu à esquerda).

Resumo

Um dos conceitos mais célebres em filosofia no que tange à chamada questão animal ou dos animais, o devir-animal cunhado por Deleuze encontra rendimento nos estudos animais ou multiespécies até hoje. É conhecida, também, a crítica que Donna Haraway empreende, em When Species Meet (2008) à sua configuração no platô, escrito com Félix Guattari, “1730 – Devir-animal, devir-intenso, devir-imperceptível…” (1980), na qual a filósofa acusa os autores de “misoginia, medo de envelhecer, falta de curiosidade em relação aos animais e horror diante da ordinariedade da carne” – e também do que hoje chamaríamos de postura aceleracionista. A partir dessa discussão, guiadas por um bezerro, procuraremos, em outras obras deleuzianas tais como Lógica da sensação (1981), O que é a filosofia? (1991) e Crítica e clínica (1993) iterações do conceito no qual a figura do idiota russo, apontada por Haraway como abandonada em Mil Platôs, reaparece em seu fundo, “resistindo ao presente” em vez de acelerá-lo. Este bezerro, que atualmente usa uma tabuleta, anel de desmame ou nose flap nos levará do devir ao devir-com que Vinciane Despret encontra com Jocelyne Porcher entre os criadores animais em Être Bête (2007), para os quais o grande divisor animalidade e humanidade não faz grande diferença, e que não param de virar outros com seus outros animais. Finalmente, chegaremos até as experimentações de parentesco galáctico de Cecilia Cavalieri (ceciliacavalieri.com.br), com leite repartido e assimetricamente negociado, nas quais o bezerro pode ousar se tornar criança ao arrancar a tabuleta e finalmente se dirigir a tetas lactantes.  

inumatopeia #2

Inumatopeia é um ciclo de conversas com as pesquisadoras e pesquisadores do Inuma. Na segunda edição vamos conversar com o biólogo, cineasta, pesquisador e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Luiz Antonio Botelho Andrade, com o tema “Divulgação científica: da teoria à ação”.

Dia 21/07/21, a partir das 15h, pela plataforma Google Meet.

Inscrição com certificação da UFS: https://www.sigaa.ufs.br/sigaa/public/home.jsf. (em “Extensão”, no menu à esquerda).

Resumo

A ciência é uma prática social e, como tal, não está desvinculada das condicionantes históricas, culturais e ideológicas da sociedade em que está inserida. Assim, tanto os processos de produção quanto o de socialização do conhecimento, sejam eles direcionados para o público especializado (comunicação interpares), ou para público em geral (divulgação científica), ainda que mediados por linguagens diferenciadas, são influenciados pelas mesmas condicionantes. Nessa perspectiva, a divulgação científica cumpre um papel importante na relação entre ciência e sociedade e se tornou, recentemente, uma exigência das agências de fomento para os grandes projetos financiados com recursos públicos. Essa importância se tornou ainda mais evidente no curso da atual pandemia provocada pelo coronavírus (SARS-CoV-2), quando a figura do cientista renomado fala diretamente e diariamente com a população, por meio de diversas mídias, enquanto o vírus se espalha ceifando milhares de vidas.  Feito este preâmbulo, pretendemos discutir neste Seminário alguns conceitos que acreditamos fundamentais, tais como universidade, extensão universitária e divulgação científica. Abordaremos os conceitos de linguagem e cultura a partir do referencial teórico da Biologia do Conhecer, passando pelos diferentes sistemas de conhecimento – mitologia, religião, filosofia, ciência e arte –, ressaltando o fazer científico e a percepção pública sobre ciência. Passando da teoria à ação, apresentaremos nossa produção textual e fílmica na área de divulgação científica, especialmente com a série educativa intitulada “Quem foi que disse?” (disponível no site labaciencias.com), tentando superar obstáculos tais como o negacionismo e as fakenews, no contexto desse movimento maior denominado pós-verdade.

inumatopeia #1

Inumatopeia é um ciclo de conversas (remotas, ao menos por enquanto) com pesquisadoras e pesquisadores do Inuma.

A primeira edição é em junho, com a filósofa e historiadora Carolina Alves D´Almeida,

As ciências animais como ciências sociais: contribuições para os estudos sociais das ciências animais e estudos animais e multiespécies

Dia 01/06/21, a partir das 15h, pela plataforma Google Meet.

Inscrição com certificação da UFS: https://www.sigaa.ufs.br/sigaa/public/home.jsf. (em “Extensão”, no menu à esquerda).

Resumo

Pretendo suscitar reflexões sobre contribuições que influenciaram na emergência dos campos interdisciplinares dos Estudos Animais, que reconfiguraram o status ontológico dos animais, de objetos para sujeitos, no mundo ocidental, e que repensaram as ciências animais como sociais. Partirei de naturalistas do século XIX que se dedicaram às sociedades animais, como Espinas e Kropotkin, para o qual apoio mútuo e cooperação foram determinantes para a Evolução. O reconhecimento dos animais como atores sociais pressupõe o fim da “excepcionalidade humana” e a mudança da noção antropocêntrica e moderna de social, de forma ampla e inclusiva, como um aglomerado que reúne atores humanos e não-humanos dotados de agência e plenos direitos. Nesse contexto, vale destacar as contribuições de Uexküll, na década de 1930, dos animais como sujeitos e centros de seus “mundos-próprios”, muito bem acolhidas por Lorenz, o pai oficial da Etologia Científica. Cabe ressaltar que os estudos da Etologia Cognitiva sobre a evolução da mente e processos cognitivos dos animais, na década de 1970, e sobre suas capacidades culturais e simbólicas, influenciaram significativamente na mudança de seu estatuto ontológico. Com a “redescoberta” dos animais como sujeitos sencientes com capacidades cognitivas e culturais, tornou-se possível repensar, em termos jurídicos, o animal como sujeito de direito, digno de considerações éticas. Mais além, a História Ambiental repensou animais e natureza como importantes protagonistas, sujeitos e agentes da História. Trata-se da história das relações entre sociedades humanas e natureza, perspectiva relacional que sugere que humanos não evoluíram isolados, mas emaranhados com a natureza. Cabe destacar a importância dos Estudos Multiespécies, nos quais as relações emaranhadas são condição biológica da vivacidade, visto que evoluímos a partir de histórias coevolutivas. O enfoque ambiental permitiu dar visibilidade aos seres historicamente excluídos. A coevolução de animais humanos e não humanos é um fator presente na história, passível de ser historicizado.

Nós animais: antropologia, ciência e natureza

Com Nelson Vaz, Maurício Cantor e Felipe Vander Velden

Coordenador Ugo Maia Andrade

Debatedor Beto Vianna

Para além da dicotomia natureza/cultura, a antropologia pode ser pensada como uma disciplina da dimensão relacional, em que o humano não constrói sozinho seu espaço social, mas está imerso em uma rede de relações com coletivos não humanos, vivos ou não. O afazer científico – seja no campo das ciências naturais ou na própria antropologia – é um dos domínios em que estabelecemos um diálogo com esse entorno mais-que-humano. Resta saber se o diálogo tem sido, e se poderia ser mais, proveitoso.

Link para o blog do evento e inscrições: https://semantufs.wordpress.com/

II Semana de Antropologia da UFS

O Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal de Sergipe (PPGA-UFS) realizará, entre os dias 27 e 30 de novembro de 2018, no Campus São Cristóvão da UFS, a II Semana de Antropologia da UFS, com o tema “Políticas e o saber antropológico”.

O evento visa, dentre outras questões, estimular a reflexão em torno do papel da antropologia enquanto campo de saber e de atuação frente às diferentes relações de poder, o sistema político, as maneiras como os sujeitos experienciam e percebem a política, o modo como significam os objetos e as práticas relacionadas ao mundo da política, os papeis políticos do saber acadêmico, bem como a própria dimensão política inerente ao ofício antropológico.

Mesas redondas e Grupos de trabalho com participação do INUMA

MR 2 – Cultura, animais sociais e relações humano-não humano – 28/11

MR 4 – Linhagem humana para além do humano – 29/11

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GT 1 – Coletivos indígenas, quilombolas e tradicionais – 28 e 29/11

Link para o site do evento: https://2semanaantropologiaufs.blogspot.com/

 

ANTROPO 2018 cartaz 01