inumatopeia #1

Inumatopeia é um ciclo de conversas (remotas, ao menos por enquanto) com pesquisadoras e pesquisadores do Inuma.

A primeira edição é em junho, com a filósofa e historiadora Carolina Alves D´Almeida,

As ciências animais como ciências sociais: contribuições para os estudos sociais das ciências animais e estudos animais e multiespécies

Dia 01/06/21, a partir das 15h, pela plataforma Google Meet.

Inscrição com certificação da UFS: https://www.sigaa.ufs.br/sigaa/public/home.jsf. (em “Extensão”, no menu à esquerda).

Resumo

Pretendo suscitar reflexões sobre contribuições que influenciaram na emergência dos campos interdisciplinares dos Estudos Animais, que reconfiguraram o status ontológico dos animais, de objetos para sujeitos, no mundo ocidental, e que repensaram as ciências animais como sociais. Partirei de naturalistas do século XIX que se dedicaram às sociedades animais, como Espinas e Kropotkin, para o qual apoio mútuo e cooperação foram determinantes para a Evolução. O reconhecimento dos animais como atores sociais pressupõe o fim da “excepcionalidade humana” e a mudança da noção antropocêntrica e moderna de social, de forma ampla e inclusiva, como um aglomerado que reúne atores humanos e não-humanos dotados de agência e plenos direitos. Nesse contexto, vale destacar as contribuições de Uexküll, na década de 1930, dos animais como sujeitos e centros de seus “mundos-próprios”, muito bem acolhidas por Lorenz, o pai oficial da Etologia Científica. Cabe ressaltar que os estudos da Etologia Cognitiva sobre a evolução da mente e processos cognitivos dos animais, na década de 1970, e sobre suas capacidades culturais e simbólicas, influenciaram significativamente na mudança de seu estatuto ontológico. Com a “redescoberta” dos animais como sujeitos sencientes com capacidades cognitivas e culturais, tornou-se possível repensar, em termos jurídicos, o animal como sujeito de direito, digno de considerações éticas. Mais além, a História Ambiental repensou animais e natureza como importantes protagonistas, sujeitos e agentes da História. Trata-se da história das relações entre sociedades humanas e natureza, perspectiva relacional que sugere que humanos não evoluíram isolados, mas emaranhados com a natureza. Cabe destacar a importância dos Estudos Multiespécies, nos quais as relações emaranhadas são condição biológica da vivacidade, visto que evoluímos a partir de histórias coevolutivas. O enfoque ambiental permitiu dar visibilidade aos seres historicamente excluídos. A coevolução de animais humanos e não humanos é um fator presente na história, passível de ser historicizado.

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